março 29, 2003

Cera Quente da Hora: The Droog Organization Project

Banda paulista de garage punk rock, uma das melhores que já pintou nos últimos tempos por essas plagas. É nervo e canta em português na maior parte do repertório. Baixe aqui cinco sons dos caras, que só tem um CD-demo, por ora. Todos os sons são legais, apesar da voz da baixista não ajudar na música Tilt (a única na qual ela canta; tem uma letra interessante). No palco eles são grandes, uma atitude desencanada, sem aquele ranço blasé que já não aguento mais ver... Visite o site dos caras para saber mais.


Boycott Brand America




CERA QUENTE DA HORÍSSIMA: Lap Dance com Andre Williams and the Jon Spencer Blues Explosion num remix atordoante de J.G. Thirlwell!!!! Fodíssimo! Soul-funk, guitarras, quebradeira e as vozes dos bacanas Williams e Spencer. Deus!!!!
Blog do Soulseek

Quem tema alegria de usar o Soulseek, aí vai um toque: o Nir, pai da parada, criou um blog para publicar suas novidades, como por exemplo, um upgrade de leve que ele fez no SLSK que promete melhorar a relação que o programa tem com a memória do teu computador. Ou seja, tem versão nova do Soulseek na praça.

março 28, 2003

Ainda É Hora de Mau Humor!!!

Zac de La Rocha, o ex-Rage Against The Machine, se juntou com o DJ Shadow e fez o som anti-invasão do Iraque mais venenosa, protesto mesmo, das que pintaram aí nos últimos dias. Chama o escroto do Bush de moleque e pergunta quem vai colocar essa besta atrás das grades. O som é legal também. Aprecie.
É Hora de Mau Humor!!!

Hoje falei que Hans Donner é um cuzão brega. Uma debilóide de cérebro lavado abriu a boca pra proteger o cara. O discurso da débil tinha um tom de não fale mal da minha querida Rede Globo. Entre a ira e engulhos eu pensei: "sua parca beleza não vai te ajudar muito nesse mundo babe. Queime no inferno dos idiotas"...

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E falando em lixo com boa audiência, não adianta parecer super bacana, inteligente, descolado, gente boa e politizado em seu blog se seu padrão de conversa (inclusive presencialmente) é espezinhar a vida alheia (às vezes até a própria vida) numa linha à Marcia Goldschmidt e você demonstra ser um grande mau caráter descendo o sarrafo com maldade em gente que confiou em você. Blog punheta e autoadulatório é o fim da picada. Mau-caratismo (como dizia Odorico Paraguaçu) é sinônimo de burrice emocional. Que Deus mantenha esse tipo de gente a quilômetros de mim e de quem eu gosto. Mas paciência, não é à toa que criaram o Big Brother (o programa). O ser humano médio adora dar audiência para a miséria emocional alheia. Não sou nem um pouco especial, nem melhor que ninguém nesse mundo , mas eu tô fora, não leio, fico sabendo por quem lê. A vida é bem melhor assim...

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E não suporto mais um segundo de puxassaquismo. Aaaargh! Quando as pessoas querem elas podem ser assustadoramente medíocres. Ugh! A quitanda às vezes é absolutamente nojenta.

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Mudando de assunto, mas sem perder o mau humor:
"Com a televisão no ar 24 horas por dia, frequentemente não há tempo para uma opinião respeitada, e os repórteres estão sendo presas de tolices e propaganda", disse Jamie Cowling, pesquisador do Instituto de Pesquisas em Políticas Públicas, de Londres.

A observação é óbvia, mas seu mérito reside na síntese da merda toda. Infelizmente, tirei isso de uma análise bastante rasa sobre a invasão estadunidense publicada pela Reuters. Mas leiam se tiverem saco. Pra quê, não sei...

março 27, 2003

A acentuação voltou! Tomara que dure mais de um post. ão ção é ê ó ü ñ e pora aí vai...

março 26, 2003

Algu~em sabe como eu Fa~co pra conseguir acentuar alguma coisa usando a porra do XP com o Blogger:(esses dois pontos deveriam ser um ponto de interroga~c"ao). Merda...
MARAVILHA! Parece que teremos o prazer da presença da bebum Kim Deal e seus Breeders no Brasil!!!! Em Curitiba, lugar do caralho!!! Tomara que venham pra Sampa!

março 21, 2003

março 20, 2003

Membros do MC5 se reunem pela primeira vez em 30 anos


Você que me conhece vai pensar: "o que deu no cara? Pirou de vez? Vai escrever sobre MC5 e põe uma foto do cuzão do N'Sinc?!!!!. Vai se foder Vini!".

Calma Jack, vamos por partes. É isso mesmo crianças. O guitarrista Wayne Kramer, o baixista Michael Davis e o batera Dennis Thompson estiveram sob o palco do 100 Club in Londres no último dia 13/3 reunidos para tocar petardos do MC5, a lengendária banda que integraram entre 1968 e 1974 e que ajudou a inseminar o punk rock.
Deve ter sido a coisa mais linda. Para "representar" os mortos do grupo - o vocalista Rob Tyner e o guitarrista Fred "Sonic" Smith, ambos mortos por ataque cardíaco, respectivamente, em 18/09/91 e 04/11/94 - estiveram sob o palco Lemmy (Motorhead), Dave Vanian (the Damned), Nicke Andersson (Hellacopters), Ian Astbury (the Cult) e Mani (the Stone Roses).

O que destoava era o seguinte: o show, além da reunião dos revolucionários hippies-punks, aproveitava pra lançar uma linha de produtos da confecção Levi's que fazia menção à iconografia da banda. "O QUEEEE?!!!!!", perguntou Jack, cujas mãos já avançavam sobre meu pescoço herege. Pois é. É isso mesmo.

Eu não chamaria os caras de vendidos assim tão facilmente. Kramer se saiu brilhantemente dessa história. Ele disse que sempre acreditaram que não era possível destruir o sistema, mas sim cooptá-lo a reproduzir suas mensagens (e foi o que fizeram, os caras já foram artistas da Atlantic!). Levou 30 anos, mas hoje uma grande e centenária compania estadunidense quer vincular sua imagem ao discurso dos caras. E um garoto cabeça-de-bagre superinfluente nas cabecinhas-de-bagre adolescentes de todo o mundo foi veículo de disseminação desse discurso na capa de uma influente revista de música. Alguém aí pensou em mídia tática?

Bem, se você não está satisfeito e acha que eu estou com um papo furado de fã (você pode não estar completamente errado, hein), leia o Relatório Kramer: Carta Aberta aos Fãs e Críticos - Justin Timberlake vestiu uma camiseta do MC5 (e o MC5 gostou). Trata-se de um muito inteligente e eloquente texto de Kramer sobre toda a polêmica da reunião MC5/Levi's.

Então crianças? Chocados? Frustrados? Se sentindo traídos por seus heróis? Bem, eu vou continuar usando o meu botton do MC5, a banda que acabou ha cerca de 30 anos. Se tivesse a oportunidade de ver o Kick Out The Jeans tocar, certamente iria e muito feliz. Sempre achei o Kramer um cara bacana. E acho que ele está certo. Ganhar dinheiro não é algo mau se você o ganha honestamente e o usa com inteligência. Essa definitivamente não é a questão. Os tempos são outros, a dicotomia é bem outra (se é que ainda é dicotomia).

Moral da história crianças: se você quer fazer a revolução, não espere por heróis. Eles não virão. Faça-a você mesmo. Kick Out The Jams, Motherfuckers!!!

ESPIONAGEM NA ONU

O escândalo que a imprensa censurou

Argemiro Ferreira (*), de Nova York

Fatos ocorridos paralelamente às reuniões do Conselho de Segurança da ONU para discutir a guerra do presidente Bush no Iraque comprovam de novo que a mídia dos EUA vive momento melancólico de sua história – por incompetência, intimidação, temor à histeria pós-11 de setembro ou apenas excesso de zelo patriótico, mas sempre em detrimento do jornalismo. Seguem-se os fatos, que acompanhei como correspondente na ONU.
Quatro coisas sobre mídia e a guerra suja que acaba de começar:

- Quem visita esse blog por que encontra textos referentes à guerra, deve dar uma conferida no guestbook do Furdunzzo, algum desconhecido deixou um post interessante lá, que de fato ainda nem tive tempo de checar com calma. Há algumas notícias sobre a guerra. E links que levam para sites pornô e propagandas de "aumente seu pênis". Putz, vale tudo meeesmo!

- Tem banda disponível e máquina? Então veja as imagens da guerra pelo site da Al Jazerra. No seu esquerdo da tela, ao lado do logo da emissora, vc encontra uma tecla play. É por lá que você acessa o media player. (Dica da Helô);

- Se você quer uma cobertura de TV em português, não perca tempo com a Globo, a Ana Paula Padrão gaguejando propaganda estadunidense, a correspondente apenas repetindo tudo o que ela fala e análises pífias e óbvias. A Band tá dando um baile. Apesar de uma tosse irritante, uma professora (acho que de história) está acompanhando as notícias com análises bastante ricas e parcimoniosas (eles lembram o tempo todo que essa guerra precisa ser analisadas também do ponto de vista árabe) e um especialista em armamentos. Vale conferir;

- Aqui eu publico um FAQ interessante sobre a guerra, cheio de números. É de um spam bacana que anda rolando por aí.

"O que mais me assusta não é a perversidade dos chamados maus, e sim a
omissão dos chamados bons"
(Martin Luther King)

Do site Global Affairs

Q: Que porcentagem da população do mundo têm os EUA?
R: 6%

Q: Que porcentagem da riqueza do mundo têm os EUA?
R: 50%

Q: Qual país tem as maiores reservas de óleo ?
R: Arábia Saudita

Q: Qual país tem a SEGUNDA maior reserva de óleo?
R: Iraque

Q: Quanto se gasta mundialmente em orçamentos de exército num ano?
R: $900+ bilhões

Q: Quanto disto é gasto pelo EUA?
R: 50%

Q: Qual percentual dos gastos militares assegurariam o essencial para uma
vida decente para todo a Humanidade, de acordo com a ONU?
R: 10% (aproximadamente $40 bilhões, a quantia inicialmente pedida para
financiar o ataque ao Afeganistão).

Q: Quantas pessoas morreram em guerras desde a SEGUNDA GUERRA MUNDIAL?
R: 86 milhões

Q: Desde quando o Iraque tem substância química e armas biológicas?
R: Desde os primeiros anos da década de 80

Q: O Iraque desenvolveu estas armas químicas e biológicas sozinho?
R: Não, os materiais e tecnologia foram foram fornecidos pelo governo dos
EUA , junto com a Inglaterra e corporações privadas.

Q: O governo dos EUA condenaram o Iraque pelo uso de gás contra o Irã?
R: Não

Q: Quantas pessoas Saddam Hussein matou usando gás na Cidade curda de
Halabja, em 1988?
R: 5.000


Q: Quantos países ocidentais condenaram esta ação na ocasião?
R: Nenhum

Q: Quantos galões de agente Orange usou a América no Vietnã?
R: 17 milhões.

Q: Existe prova de qualquer ligação entre o Iraque e o ataque
terrorista de 11 de setembro ?
R: Não

Q: Qual é o número calculado de vítimas civis na Guerra do Golfo?
R: 35.000

Q: Quantas vítimas foram feitas pelo Iraque nas forças ocidentais durante
a Guerra de Golfo?
R: Nenhuma

Q: Quantos soldados Iraquianos, batendo em retirada, foram enterrados
vivos por tanques dos EUA, com arados montados na frente ?
R: 6.000

Q: Quantas toneladas de urânio enfraquecido foram deixados no Iraque e
Kuwait depois da Guerra de Golfo?
R: 40 toneladas

Q:De acordo com a ONU, qual foi o aumento na taxa de câncer dentro
Iraque entre 1991 e 1994?
R: 700%

Q: Quanto da capacidade do exército do Iraque a América reinvindicou ter
destruído em 1991?
R: 80%

Q: Existe qualquer prova de que o Iraque planeja usar suas armas para
qualquer coisa diferente de dissuasão e defesa pessoal?
R: Não

Q: O Iraque é agora uma maior ameaça para paz mundial que 10 anos atrás?
R: Não

Q: Quantas mortes de civis espera o Pentágono na eventualidade de um
ataque no Iraque em 2002/3?
R: 10.000


Q: Que porcentagem destes será as crianças?
R: Mais de 50%

Q: Por quantos anos se ocuparam os EUA de ataques aéreos no Iraque?
R: 11 anos

Q: Estavam os Estados Unidos e o REINO UNIDO em guerra com o Iraque
entre dezembro de 1998 e setembro de1999 ?
R: Não

Q: Quantas libras ( uma libra = 0,454 k) de explosivos foram jogadas no
Iraque entre dezembro de 98 e setembro de 99 ?
R: 20 milhões

Q: Quantos anos atrás a ONU introduziu a resolução 661 impondo sanções
rígidas nas importações e exporações do Iraque ?
R: 12 anos

Q: Qual era o índice de mortalidade de crianças no Iraque em 1989 (por
1.000 nascimentos)?
R: 38

Q: Qual m foi o índice de mortalidade de crianças no Iraque em 1999 (por
1.000 nascimentos)?
R: 131 (isso representa um aumento de 345%)

Q: Quantos Iraquianos se calcula terem morrido a partir de outubro de 99
como resultado de sanções da ONU?
R: 1.5 milhões

Q: Quantas crianças Iraquianas se estima tenham morrido devido a
sanções desde 1997?
R: 750.000

Q: Saddam mandou os inspetores para fora de Iraque?
R: Não

Q: Quantas inspeções foram ao Iraque em novembro e dezembro de 1998?
R: 300

Q: Quantas destas inspeções tiveram problemas?
R: 5

Q: Os inspetores de armas tiveram a entrada permitida na sede do partido
Ba'ath?
R: Sim

Q: Quem disse que em dezembro de 98 que " o Iraque, na realidade, foi
desarmado a um nível sem precedente em história moderna."
R: Scott Ritter, chefe da UNSCOM.

Q: Em 1998, quanto da capacidade do Iraque para desenvolver armas de
destruição de massa os inspetores de armas da ONU reivindicam ter
descoberto e desmantelado?
R: 90%

Q: O Iraque tem demonstrado permitir os inspetores de armas lá dentro?
R: Sim

Q: Quantas resoluções da ONU Israel violou antes de 1992?
R: Mais de 65

Q: Quantas resoluções da ONU sobre Israel os americanos vetaram entre 1972
e 1990?
R: mais de 30

Q: Quanto os EUA dão de fundos à Israel por ano ?
R: US$5 bilhões

Q: Quantos países são conhecidos por terem armas nucleares?
R: 8

Q: Quantas ogivas de combate nucleares tem o Iraque ?
R: Nenhuma!!!

Q: Quantas ogivas de combate nucleares têm os EUA ?
R: Mais de 10.000

Q: Qual é o único país que usou armas nucleares, matando MILHARES de
civis?
R: Os EUA

Q: Quantas ogivas de combate nucleares tem Israel?
R: Mais de 400

Q: Tem Israel permitido inspeções de armamentos ?
R: Não

Q: Que porcentagem dos territórios palestinos é controlada por ocupações habitacionais israelitas?
R: 42%

Q: Israel está ocupando terra palestina ilegalmente?
R: Sim

Q: Qual país que você pensa possa ser a maior ameaça para paz global: o
Iraque ou os EUA?
R: ????

Q: Quem disse, "Nossas vidas começam a terminar no dia em que ficamos
calados sobre coisas que importam" ?
R: Dr. Martin Luther King Jr.

março 19, 2003

Da série já vi esse filme antes e tô fora

Arrivismo é uma coisa, atitude é outra.

março 18, 2003

A Volta dos Mortos-Vivos

The Stooges voltam com show e CD depois de 28 anos!!!!

Iggy Pop, Ron Asheton (guitarra) e Scott Asheton (bateria) estão novamente juntos e com quatro músicas novas! Vão tocar num festival mala na gringa. Mas vão. Viva! E o legal é que no baixo pode figurar o fodidao Mike Watt (ex-Minutemen). Caralho!!!!!

E parece que o MC5 também fará uma reunião! À noite, mais informações!
Vixe, depois ponho link pra todo mundo aí embaixo. Vou dormir que é bom também. Depois, também, corrijo o português... escrevi isso aí babando, num antitranse insone...
O Mídia Tática Brasil me fez um bem danado. Quem procurou sintonizar com o que rolava ali fez contato. Deu liga. Eu fui lá na maior despretensão. Tinha lá no fundo um verminho, ainda sequer pressentido no tutano da alma, falando:

“- Porra, caralho! Você lê essas coisas, fala pra caralho sobre, apóia e admira o faça-você-mesmo. Vai e faz alguma coisa, caralho! Qualquer coisa, mais faça, dê início que o vento ajuda. Nem que seja uma brisinha, se você a percebe ela te leva. Mas se mexe vermão, senão nada acontece. Não adianta ficar criando pança na frente do computador só ouvindo boa música, fumando o seu beque, tomando cerveja e reclamando dos porcos! E ficar só ouvindo boa música, fumando o seu beque, tomando cerveja e reclamando dos porcos enquanto conversa com seus amigos... bem pelo menos você não tá interagindo com máquinas, isso é bom. Mas não basta!”

O fato é que eu estava lambendo feridas havia um tempo e não saia muito pra ver o mundo lá fora. E o rock’n’roll é bom, mas o underground anda muito consumista. Não há mais públicos, mas micronichos de mercado; não há uma maioria de músicos querendo passar um recado, um sentimento, uma atitude, mas microestrelas pretensiosas mesmo na hora de fazer rock burro; não há mais gente legal querendo trocar experiências e rir, mas microcelebridades arrogantes. Tudo está à venda, não importa se a moeda é grana ou atenção egocêntrica. Um saco.

A coisa mais loca do Mídia Tática foi que a maioria absoluta das pessoas que se envolveram era o contrário disso tudo que eu acabo de escrever. Uma das coisas que mais gostei e mais me fez bem. Aquilo não era punheta, aquilo era trepar! O MTB teve um puta caráter receptivo e integrativo. Fui atraído pela gana e atitude dessa gente. Aquela gente junta vibrava.

Eu vibrava, como quem está numa festa boa, cheia de amigos, bom papo e boa vontade. Como disse, fui sem pretensão alguma. Antes do evento, vi o trabalho do Mário, com as fotos do Olho do Furacão: vi que eram fotos muito fodas, tinham poesia, mostravam que tem gente do mundo todo, absolutamente diversa, mas pensando ou sentindo a mesma coisa. Vi também que o Mário tava quase sozinho no faça-você-mesmo da parada. E o verminho gritou lá de dentro: “ó o vento aí, ô vermão!”.

Aí aderi. Pus no blog, escrevi texto, fui monitor do banheiro em que as fotos estavam por dois dias. O lance era aderir. “Não odeie a mídia. Seja a mídia”, disse o verminho, relembrando o Jello Biafra.

O MTB foi isso aí: quero falar, então vou falar, vou me fazer ouvir e vou difundir o que outros com quem eu concordo estão falando. Como mídia tática, propriamente dita, foi um delicioso tubo de ensaio. Que teve a mesma despretensão de um manifestante numa marcha contra a ALCA ou pela paz. O cara sabe que é um pedaço da mensagem. É uma formiguinha no formigueiro, e se as formigas não eclodem de seus ovos, não há chance de haver um formigueiro. Ou um Mídia Tática. Quem trabalhou nisso queria, antes de tudo, fazer, agregar e difundir, simplesmente porque isso é imprescindível. Mostrar que as pessoas podem abrir os olhos e se dar conta que não existe no mundo só porque tem uma porra duma carteira de identidade e é um número em análises de mercado, no ibope, sei lá. É sair da caverna e ver o sol lá fora.

Foi mostrar que o traço do ibope não é um espaço vazio. Que o traço do ibope está repleto de gente que quer se manifestar em outro âmbito que não seja ligar para o 0800-qualquer-merda e dizer que otário você quer que seja eliminado do Big Brother Brasil. É dizer “foda-se, eu tenho como me manifestar de um monte de maneiras. Não posso ficar calado. E foda-se o ibope”!

E foda-se se eu não sou eficiente! O sentimento que eu estou vivendo e expressando não se mede em números. É a qualidade do que eu sinto que me diz se eu sucedi ou não.

E também não é tão completamente racional. Não é “cabeça”. A vanguarda artística não estava lá posando com óculos de aro grosso, usando James Joyce de desodorante e entulhando a lata das pessoas com conceitos pernósticos. Não havia nada de novo ali, além do motivo: não estamos à venda!

O Coletivo Formigueiro estava tirando um grande sarro com aquela história toda deles. Aquele texto ridículo na parede. Um puta bla-bla-blá pra ver se alguém saía comentando os conceitos, cheio de razão. Quem dava o recado ali era a história das formigas chapadas que reencontravam a inteligência coletiva em meio ao caos, à interferência não solicitada. Foi engraçado. E nossos balões (sim, nossa sala tinha bexigas brancas com frases de efeito, recados ou simplesmente segurando fotos no ar) fugiam pra lá, hehe.

Mas tinha arte sim, arte nervosa. Não é arte de galerias herméticas e não é arte hermética. Grafite! Sucata! Vídeo! Não era inteligível? Tem que ter um monitor explicando conceitos? Precisa do aval de algum crítico consagrado? A mensagem de todos era clara: fui e fiz.

E esse povo já tava fazendo isso a uma cara! Por exemplo o Giuliano do Bijari, que conheci lá. Porra o trabalho daquela galera tá nas ruas, anônimo há muito tempo. Com cartazes, mensagens fodas, com chute no cú de lixo acéfalo indie, esquerdistas papagaio e suas camisetas do Che. E estavam dividindo o que pensam, pondo na banca, sabendo que só pondo pra circular a idéia vinga. Que nem texto bacana de spam assinado falsamente por celebridades como Paulo Coelho ou Veríssimo.

O Centro de Mídia Independente, que dispensa apresentações, dando o ar da graça. A Rádio Muda, sonzeira e protesto. A galera da cidade Tiradentes, apoiados pelo Telecentro e pelo grupo Vespa, cobrindo o evento do ponto de vista deles, aprendendo técnicas de comunicação pra criar seu próprio veículo. O grupo Vespa e o Metáfora ensinando comunicação e construção de suporte tecnológico pra galera da perifa fazer uso disso a seu próprio favor com software livre. Dividindo conhecimento pra somar massa crítica.

Meu, a galera da Cria, com grafites loucos, discotecagem fodona, zine, inteligência e bom gosto. Os vídeos, os vídeos que rolavam do lado deles. Lá em cima, porra o Latuff, mó figura, gente boa, simplão, fazendo charge-spam, subversiva, virótica. As lacônicas porém efusivas batidas de protesto do Batucação. A leitura da violência do Atrocidades Maravilhosas.

Sim, podia ter sido muito mais efetivo no que diz respeito às ações de mídia tática. Mas, como era justamente um tubo de ensaio, o primeiro laboratório coletivo da linhagem no Brasil, foi um sucesso.

Mas teve seus efeitos qualitativos, que denotaram a força do que estavam fazendo. A velhinha histérica, indo de porta em porta, de instalação em instalação, protestando contra o "vilipêndio" da Casa das Rosas. Parecia ter uns 70 e bola e representar a nata da decadência quatrocentona de São Paulo. Mas apesar do seu estado de choque, ela também estava se fazendo ouvir. Quem viu, viu que foi um momento alto.

E, por outro lado, teve um monte de adolescente que gosta de música que foi atraído pelo som e acabou ficando, se deparando com inquietudes saborosas, estimulantes, perfeitas para curiosidade juvenil (ao contrário da arrogância senil do Britto Júnior). A difusão do MTB é a mesma de quem trabalha com informação na web. Não é mass media. É difundir, encher o mar com mensagens na garrafa. Como a mensagem é pra todos, não depende do seu perfil de consumidor e não precisa de análise sobre que hora sua inserção deve entrar na programação.

É, o barraco da Globo foi outro ponto alto. Expôs a profundidade ordinária da mídia dominante e das grandes assessorias de imprensa (e o capital burro do comércio que posa de socialmente responsável, mas só o que faz é capitalizar sua fama de bonzinho), todas sugando e criando as tetas do status quo para poder existir em sua cadeia alimentar; o culto ao personagem em que o repórter declaradamente se sente mais mensagem que a própria notícia, a necessidade inadiável de modelar a realidade para poder vender sua representação para os anunciantes e seus consumidores e por aí vai... O mais engraçado é que o boçal do Brito Junior mordeu a isca. Se saiu com essa (falando em novilíngua): “Não é uma coisa que pessoas comuns, que não entendem desse ramo (mídia), tem condições de dar palpite”. Ou seja, o acesso a informação e o poder de divulgá-la não é pra pessoas comuns. Um poço de sabedoria e conhecimento midiático. Ora, vá vender sabão!

Mas esse incidente também nos deu a graça da autocrítica. De poder ver que a estratégia, atenção e o detalhismo são fundamentais para poder fazer mídia tática. E isso ficou em falta: ser sórdido com a mídia sórdida. Mas o pragmatismo não era o foco.

E todos os que participaram tem sua parcela de responsabilidade nessa falha. Eu incluso. Pois toda a organização e pensação do MTB como um todo ficou acumulado pra caralho na mão de três figuras brilhantes e agradáveis (para não dizer adoráveis, no caso das que tive o prazer de desfrutar de dois dedin de prosa). O maior ralo fudido que deram Gisele, Tati e Ricardo. Meu, gente admirável esses três.

Bem, enfim a idéia não foi explicar. Foi confundir quem está mergulhado na caverna do ibope e, assim, difundir que há uma luz mais forte lá fora, que te deixa ver tudo. Foi criar ruído. E abrir os canais entre as pessoas que estão sintonizando a mesma estação, aquela que aparece no traço mais puro do ibope. E como é bom perceber que não estamos sozinhos, que essa cegueira não é incurável e que há gente imune.

Foi uma festa, foi divertida, edificante, iconoclasta. Deu certo, sim. Não começou em Seattle e não vai acabar... É ação direta. É o vermezinho no tutano da inteligência coletiva, dizendo: “aproveita o vento, vermão”!
Cera quente da hora: Funkiest Man Alive com Rufus Thomas. É foda mano! Foda!

março 17, 2003

O blogger me apareceu com uma rapa de ideograma chinês. Loco, né.

Ah! Visite o guestbook, o Mídia Tática tá dando pano pra manga lá. Aí gente, to adorando a troca de posts lá, mas golpes abaixo da cintura desqualificam os opositores. Mas continuem o quebra, que é saudável.

março 16, 2003

Olhos nos Olhos

Mentalmente estamos num outro lugar. Ali as coisas são justas. Ali é o ovo que está para eclodir, toda essa gente, toda essa informação, e a gente sabendo bem de repente - já que passamos pelos anos 80 com aquela sensação de pessoas estranhas se percebendo umas as outras num elevador, sem se falar, querendo não estar ali - que aí tem uma nova gente. Que com toda a merda que está rolando pelo mundo hoje - ao seu lado na calçada, na mesa ao lado da tua mesa de trabalho, nas reuniões de acionistas, no congressos, nos governos, nos EUA, no Iraque, na periferia, a gente morta reunida - uma vida diferente, melhor, para todos ainda é uma possibilidade palpável. Crânios, miolos e corações graciosamente diferentes vibrando na mesma sintonia. O ser humano está prestes a despertar do pesadelo. Mais e mais vidas, a cada dia, despertando e querendo sair da caverna e ver a luz. E brigar, se preciso for, pra que a luz permaneça: o brilho nos olhos. Por muito tempo me senti sozinho. Agora somos um só. E o nosso quintal fica num outro lugar. Estamos no Olho do Furacão. Ali as coisas são justas.

+ As belas fotos que encontram-se nos links acima são o trabalho realizado pelo radiante rebelde auspicioso e cheio de vida Mário Cassetari (de quem tive a alegria de me tornar camarada) durante sua participação no 2º Fórum Social Mundial de Porto Alegre. No meio daquela muvuca, daquele tornado de cores, peles, idéias, verbos e, principalmente, presenças e atitudes, lá estava o Mário. Com uma câmera digital numa mão a falar com todos e clamar pelos olhos e perguntar: "Qual você acha que é a cor do fórum?" Essas respostas e o brilho daqueles olhos (cerca de 400 olhares) estão representados nessa exposição que rola no banheiro da Casa das Rosas, durante a ocupação feita pelo festival Mídia Tática Brasil. A mostra rola entre 13 e 16/3. Vá lá fazer uma visita (é possível que você me trombe por lá. Ou já tenha me trombado)+

março 13, 2003

Num Mundo Enlouquecendo




Os Beastie Boys são uma das melhores coisas que já nasceram nos EUA. E. é claro, não perderam o vinco, tampouco a rebeldia, a atitude e a inteligência. Acabam de lançar em seu site na web, para download grátis e streaming, o rap In A World Gone Mad - música gravada para o próximo disco do grupo, ainda não lançado - um libelo contra essa guerra suja e injusta que George W. Bushit quer disparar a qualquer custo. Saca só uma parte das letras:

First the ‘War On Terror’ now war on Iraq
We’re reaching a point where we can’t turn back
Let’s lose the guns and let’s lose the bombs
And stop the corporate contributions that their built upon
Well I’ll be sleeping on your speeches ‘til I start to snore
‘Cause I won’t carry guns for an oil war
As-Salamu alaikum, wa alaikum assalam
Peace to the Middle East peace to Islam
Now don’t get us wrong ‘cause we love America
But that’s no reason to get hysterica
They’re layin’ on the syrup thick
We ain’t waffles we ain’t havin’ it


Nos anos 80 estes três garotos judeus montaram uma banda punk, depois foram uns dos primeiros caras a levar rock para o rap e o hip hop, sempre picantes, desbocados. Nos 90, amadureceram na música - e fizeram Check Your Head e I'll Communication dois dos melhores e mais influentes discos da história da música pop - e amadureceram na mente - saía de cena o papo de moleque, entrava o budismo, a reflexão, política. Adam Yauch. Mike D e Adam Horovitz continuam fodidões e, o que é melhor, fazendo cabeças!
Do Centro de Mídia Independente

15 DE MARÇO: MANIFESTAÇÃO MUNDIAL CONTRA A GUERRA

Um mês depois da maior manifestação contra a guerra em escala global, movimentos sociais planejam para o próximo sábado outra maratona de protestos contra a guerra de Bush e Blair. Em São Paulo a manifestação, que está sendo convocada pela esquerda institucional e movimentos sociais, sairá do vão livre do Masp em direção ao parque do Ibirapuera. Os maiores atos estão sendo previstos em Washington, sob o lema "Todos à Casa Branca", organizados pelos movimentos americanos contra a guerra; e na Grécia, onde ocorrerá a reunião da OTAN, com a participação dos ministros da defesa da União Européia.
Jazz From Hell?

Estamos entre dois nomes: ReBeats, a banda de garage rock renascida do inferno, ou Jazz From Hell, surgido de uma conversa sativa. Acho ambos são ótimos. Somos quatro criaturas da noite: eu dou o berro, Pilão dá o pulso, Lucas o fuzzalucinado e o Mau o groove (olha a cara do feladaputa)! RRRROOOCk!!!
A Fé Move Montanhas (de Banha)

Bem, é claro que eu acredito numa força superior. Impetuosamente resolvi começar a cuidar da saúde depois de 17 anos exclusivamente dedicados ao sexo, drogas e rock'n'roll. Bem, levando em consideração que isso é pouco mais que a metade da minha vida, foi um grande avanço incluir abdominais na lista...


março 07, 2003

Boquete contraceptivo? Mas e o velho e nefasto HIV?

Dica do Danelectro. Tudo seria mais pesado. Ixcrusivi o brogui...
Inspetores dizem que Iraque acelera cooperação e querem continuar inspeções
07/03/2003 - 12h59


da Redação do UOL
em São Paulo

(atualizada às 14h17)

O inspetor-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Hans Blix, disse hoje em seu relatório que o governo iraquiano está acelerando o processo de colaboração para se desarmar, conforme resolução das Nações Unidas. Blix pediu mais tempo para continuar as inspeções.

O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohamed ElBaradei, que falou em seguida, disse que não há indício de que o Iraque tenha reativado seu programa de construção de armas nucleares. Ele também pediu prazo mais longo.

Blix disse que está pronto para apresentar à ONU, ainda em março, um programa para continuar as investigações. Ele gostaria de dobrar o número de inspetores à sua disposição para a tarefa, além de ter a chance de entrevistar cientistas iraquianos fora daquele país -até agora, as entrevistas têm ocorrido no próprio iraque. Segundo o inspetor, o país precisará de "meses" para se desarmar conforme a resolução 1.441.

Na avaliação de Paulo Henrique Amorim, o relatório foi mais favorável ao Iraque que aos EUA, apesar de, como no anterior, apresentar tanto argumentos pró como argumentos contra a guerra.

Cooperação

Blix disse estar desapontado pelo fato de que, no relatório apresentado em 7 de dezembro do ano passado, o Iraque não apresentou todas as informações que a ONU considerava necessárias.

Ele disse que alguns tipos de inspeção estão criando conflitos com o regime do presidente Saddam Hussein. Segundo ele, as investigações estão abrangendo todo o território do país. Mas ele reclamou que o governo de Saddam deveria ter fornecido mais informações sobre a destruição de armas.

Segundo Blix, com o uso de aviões russos, foi possível fazer algo antes não aceito pelo governo iraquiano: vôos de reconhecimento sobre o território iraquiano.

Blix disse estar satisfeito com a maneira como os cientistas iraquianos foram entrevistados pela ONU, sem testemunhas. Mas o sueco disse que preferia que essas entrevistas tivessem ocorrido fora do país.

Em relação a armas químicas e biológicas, Blix disse que pouca informação importante foi fornecida pelo Iraque. Até agora, disse ele, não há indicação de que tenha havido atividades proibidas, nem evidência de que Saddam tenha desobedecido a resolução 1.441 da ONU.

Blix lembrou, contudo, que pode haver atividade subterrânea ilegal. Várias inspeções foram feitas em alguns lugares que poderiam abrigar tais atividades, mas nada foi encontrado. O inspetor voltou a dizer que gostaria de ter mais condições para realizar seu trabalho.

O inspetor revelou que o governo iraquiano forneceu à ONU nomes de pessoas que estiveram envolvidas com a destruição de armas químicas e biológicas.

Blix citou relatórios dos serviços de espionagem britânicos que dão conta de que o Iraque segue produzindo e transportando armas químicas e biológicas em seu território. Ele disse que quer condições para investigar essas suspeitas.

Mísseis

Segundo Blix, o Iraque aceitou destruir os mísseis que ultrapassavam o alcance determinado para a ONU. Para ele, essa é uma medida importante. Nesta sexta, não foi anunciada nenhuma destruição de mísseis. Blix disse esperar que essa pausa seja temporária. Até hoje, o Iraque destruiu 34 de seus 120 mísseis Al Samud 2 irregulares.

De acordo com Blix, o trabalho dos inspetores está progredindo e demonstra que o Iraque está, efetivamente, se desarmando.

Armas atômicas

ElBaradei disse que as condições industriais objetivas para que o Iraque fabricasse armas atômicas se deterioraram consideravelmente nos últimos quatro anos.

Segundo ele, não há material apropriado nem pessoal qualificado no Iraque para desenvolver esse tipo de armamento. ElBaradei disse acreditar que o programa nuclear iraquiano não tenha sido retomado.

A Aiea teve acesso a 75 instalações no Iraque desde o ano passado, 21 delas jamais inspecionadas antes. ElBaradei disse não ter visto indício de atividade nuclear em nenhum dos prédios visitados pela ONU.

ElBaradei desmentiu também os boatos de que o Iraque tenha tentado importar ilegalmente urânio radiativo de Níger desde 1990.

O inspetor disse que as entrevistas com cientistas ligados ao governo iraquiano devem continuar, preferencialmente fora do país.

Alemanha

O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Joschka Fischer, disse ao Conselho de Segurança da ONU que é possível desarmar o Iraque de modo pacífico e que existe uma alternativa real à guerra.

Fischer disse que a cooperação iraquiana com as inspeções de armas melhoraram muito recentemente, especialmente no atendimento às exigências da ONU para destruir os mísseis Al-Samoud 2.

"Bagdá poderia ter tomado as medidas recentes mais cedo, e com mais boa vontade. No entanto, nos últimos dias, a cooperação aumentou bastante. Esse é um avanço que torna ainda menos compreensível por que essa recente evolução deva ser abandonada", disse ele, referindo-se à ameaça dos Estados Unidos de suspender as inspeções e invadir o Iraque.

Ele disse também que a Alemanha não vê necessidade de uma segunda resolução da ONU. Os EUA e a Grã-Bretanha querem uma resolução que autorize os planos de invasão e desarmamento do Iraque.
Ágil, Móvel e Hostil


"Andre Williams faz Little Richards soar como Pat Boone", Lux Interior (The Cramps)

março 06, 2003

Chega de quitanda por hoje...
Minha alma foi embora como a sombra de Peter Pan
Fugiu, foi procurar um lugar melhor pra estar
Deve estar bebendo em algum bar na beira do Atlântico

E eu aqui, zumbi, apertando parafuso, apertando o coração
Quando tento a raspa da alma, no buraco que ficou
Dói